Oi de novo! Prometo não divagar dessa vez! Vamos fazer isso direito!
Eu ía colocar de novo a foto do livro, mas achei mais válido procurar finalmente a foto do escritor dessa merda. E aí está ele! Isaac Marion. Um lindo nome! Aliás, uma linda combinação de nome. E chama-lo de meu filho é biblicamente correto, reflitam. Parece uma nova tendencia dessa década os homens terem cara de fofos que obviamente sofreram bullying na escola e hoje usam uma barba super sensual. Achei ele bem gato! Meio parecido com James Blunt, que me seduz com vigor. Eu pegaria facil e ainda contava prazamiga. Só não contaria que é o mesmo cara que escreveu o livro do zumbi viciado em LSCérebro. Nem toda beleza do Olimpo vale uma vergonha dessas.
Enfim, vamos ao livro, que é o que interessa. Depois eu pesquiso sobre a vida e obra de meu filho, aí e conto o que descobri.
Como já disse, é um livro em primeira pessoa, no presente do indicativo, narrado por um zumbi. Sim um zumbi! Que não satisfeito, está em crise existencial, questionando sua rotina de gemer, grunhir, comer carne humana, drogar-se com cérebros vivos, andar sem rumo e cheirar mal. Oh sim, claro! O que me fez ler esse livro foi justamente esta pergunta: Afinal, os zumbis desse cara tem a carne apodrecida? E sim! Eles tem! Apodrecem bem mais lentamente, o que é "natural a um zumbi", mas apodrecem. Os zumbis asquerosos que vemos nos The Walking Dead e Madrugada dos Mortos da vida, com vísceras expostas, sem partes do rosto, babando, minando sangue e devorando suas presas de forma selvagem e atroz estão narrados neste livro. E só uma garota que fosse completamente louca e tivesse sérios problemas com o olfato seria capaz se sentir qualquer coisa melhor do que repulsa por essas criaturas. Mas, então a história de amor sequer existiria, certo? Sim, mas Isa, esse fanfarrão (chamo ele assim porque faz parte de minha nobre e antiga familia) é um cara muito experto! Fico impressionada, pois ele fez o trabalho de casa e justifica sua alucinação constantemente. R, o zumbi que só sabe que seu nome começa assim e prefere ser chamado desse jeito (se você chama-lo de defunto, cadáver, zumbi, morto, R fica muito magoado), é diferente dos outros zumbis por estar nos primeiros estágios de decomposição. Como só tem o circulo negro envolta dos olhos, a pele acinzentada e o cheiro ruim, segundo ele, quase pode se passar por um ser humano comum, apenas precisando de férias. VÉI, NA BOA! Levanta a mão aqui quem cheira como carne em decomposição quando está precisando de férias? Vamos lá, não sejam tímidos! Eu tenho olheiras (seria mais fácil se Isa tivesse chamado assim), mas minha pele é morena delicia, não cheiro a defunto e preciso de férias! Aliás, eu não conheço ninguém que fique com a pele cinza quando precisa de férias! Isa, por favor, arrume outro argumento pro seu zumbi ser atraente como um humano, porque esse apenas originou uma piada. Porque eu ri!
Essa, aliás, é só a primeira página do livro. Só o comecinho e eu já estava me sentindo com um QI de ameba por estar mesmo lendo uma história narrada por um zumbi! Já pensou se a moda pega? Vão criar um filme narrado por um pato, depois por um sapo, papel... Quando é um livro infantil não pega nada, mas romance? Bom, desde que não criem um livro escrito por uma cocô querendo exigir seus direitos existenciais de ser respeitado, transformem isso em um filme e as meninas suspirem por isso, pra mim tá tudo ok.
Então R, começa a nos contar sua rotina na comunidade de zumbis em que vive. Todos tem suas habitações. Ele por exemplo mora em um avião cheio de vinis de Sinatra, Beatles, antiques que ele encontra e uma vitrola, que ele sabe como usar! Até um zumbi é mais vintage que você. Enfim, o livro tem momentos que vão da vergonha alheia, piedade, risos insanos, ódio profundo e tudo o que não há de bom. Além de vintage, depressivo e ter sérios problemas de crises existenciais, R ainda é consultor de moda ao sugerir que seu amigo M (mais pra frente irei comentar algo interessante sobre esse "rapaz") deveria usar uma camisa preta ao invés da branca que usa, visto que já está muito encardida e isso o incomoda. Chato não ter Vanish e OMO na sua vila, né R? Além de ter como passatempo tentar descobrir quem os demais zumbis eram em vida, baseado na roupa que vestiam.
Falando em passatempo, além do já citado, R adora gastar maravilhosas horas subindo e descendo na escada rolante, deixando se levar pela esteira do aeroporto, tentando descobrir quem era o que em vida e, claro, questionar o look dos amiguinhos, lamentando roupas que não combinam com a personalidade deles, nem com a ocasião.
Achou tudo isso insano? Então vamos falar sobre a hierarquia deles. Afinal, toda sociedade tem sua piramide. E aqui não é diferente. Na vila, como prefiro chamar, desses zumbis a coisa acontece assim: homens saem para caçar. Mulheres e crianças ficam. Anciões fazem parte do "sacerdócio" (logo você entenderá). Nada criativo. Ligeiramente machista. E sentido? Não há nenhum! Eu prometi que não iria comparar essa loucura com nada sobre zumbis que já li e vi antes. Mas, vamos pensar um pouco. Se estão mortos, o que fazia as mulheres serem submissas aos homens a esse ponto? Véi, na boa, se eu sou uma zumbi a primeira coisa que eu iria fazer é devorar todo e qualquer homem que tentasse mandar em mim e limitar a minha força. E se fosse zumbi eu arrancava a cabeça dele e ponto. Sim, eu entrei na loucura toda pra escrever essas duas frases. Alguém mude o nome dessa história então! Não se trata de zumbis e sim de neandertais do século XXI. Ao saírem para caçar, os homens comem tudo o que encontram e trazem para os que ficam pedaços de tronco e membros não tão frescos por terem que andar tão lentamente. Isso faz com que a "força vital" dos demais zumbis nunca seja totalmente revigorada, visto que, para um zumbi ficar realmente forte ele precisa do cérebro de suas vitimas. O que resume mulheres e crianças a estarem eternamente fadados a serem fracos e incapazes. Por incrível que pareça, eu, como feminista de sofá, não me revoltei tanto. Acho que é tudo tão absurdo desde o inicio que, o que é uma gota quando já se está encharcado?
Falando em neandertal, sabe aquela história da paulada na cabeça? Então, aqui um pouquinho diferente. Ah não disse que eles se casam? Pois casam! Sabe o passatempo de R na esteira do estacionamento? Numa dessas ele encontrou uma zumbi que gosta de fazer a mesma coisa! Ele resolve então dialogar com ela logo que a energia do gerador do aeroporto acaba. Dialogo esse que se resume numa remontagem horrenda do desenho Tarzan da Disney, em que o protagonista pergunta o nome de Jane. Nessa cena, inclusive, descobrimos que o pobre R foi um semideus em vida, pois sofre da mesma dislexia que Percy Jackson. Aliás, acho que todos os zumbis são, porque ao tentarem ler, todos eles veem as letras dançando como borrões. R, tenta ler o nome da zumbi pelo crachá no peito dela e graça a danada da dislexia zumbi não consegue, e a pobre zumbi também não lembra o nome dela. R, por sua vez, se sente culpado (e eu solto um ronco de riso contido toda vez que sentimentos estão associados a um zumbi) e desiste de tentar saber o nome dela. Você achou absurda a forma que Bela e Edward se apaixonaram? Então veja isso:
"Por um breve momento ficamos lado a lado, apenas a poucos metros de distância. Então passamos um pelo outro e vamos até o fim da esteira rolante. Nos viramos e trocamos olhares. E então subimos nas esteiras novamente. Passamos novamente um pelo outro, faço uma careta e ela retribui. Na terceira vez que passamos um pelo outro a energia do aeroporto cai e paramos perfeitamente alinhados. Chio um olá e ela responde levantando um dos ombros. Gostei dela. Levanto a mão e toco seu cabelo. Ela é como eu, ainda está nos estágios iniciais de decomposição. (...) Estico meu braço e pego na mão dela. Andamos até o fim da esteira com nossos braços esticados por cima da divisória. Esta mulher e eu nos apaixonamos."
Diante de um momento como este, encerro aqui a primeira parte desta resenha. Eu mencionei o casamento deles, mas prefiro dedicar a próxima resenha a esse momento. Vou deixar esse trecho do livro em seus corações e mentes. Eu, particularmente, achei uma merda. Mas, não sei vocês.
Até a próxima.
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